Como funciona um moinho?

O moinho de trigo é onde o fruto do trabalho do produtor no campo é transformado em farinha de alta qualidade, ingrediente fundamental em inúmeros alimentos que chegam à nossa mesa.
Vamos explorar essa jornada!
1. Recepção e Pré-Limpeza: O Primeiro Passo para a Qualidade
Quando o trigo chega ao moinho, ele passa primeiro por uma área de recepção onde ocorre uma inspeção inicial visual. Nessa fase, os operadores verificam se há sinais de contaminação ou deterioração visíveis.
Em seguida é coletada uma amostra do trigo para que as análises laboratoriais confirmem que o trigo está apto para o recebimento.
Com a aprovação laboratorial, o veículo segue para a descarga na moega, e a partir dali para a pré-limpeza.


2. Pré-Limpeza: A Porta de Entrada para a Pureza do Trigo
Na pré-limpeza, os principais métodos utilizados são:
– Peneiramento
O trigo passa por um conjunto de peneiras com malhas de tamanhos variados. Enquanto as peneiras maiores retêm detritos e grãos de tamanho anormal (como grãos partidos ou fragmentos maiores), as menores possibilitam a passagem apenas dos grãos que se enquadram nos padrões desejados.
– Ventilação
Após o peneiramento, o trigo passa por áreas onde são utilizadas correntes de ar para remover aquelas partículas leves que não foram retidas pelas peneiras, como poeira, folhas soltas e pequenos resíduos.
– Separação Magnética
Equipamentos com ímãs de alta potência são empregados para remover partículas metálicas que possam ter se misturado com o trigo durante a colheita ou o transporte. Essa etapa é crucial para proteger os equipamentos de moagem contra danos e para evitar a contaminação da farinha com metais.
3. Armazenagem: Preservando a Qualidade
Após a pré-limpeza, o trigo é armazenado em silos onde estará com sua umidade e temperatura controladas.
Além disso, inspeções regulares buscam impedir a ocorrência de pragas ou infestações.

4. Umidificação: Preparando para a Moagem
Antes de ser moído, o trigo passa por um processo de umidificação com quantidades controladas de água.
O objetivo é a ajustar o teor de umidade para facilitar e maximizar a separação do endosperma (parte amilácea) do farelo e do gérmen.
Em seguida o trigo fica em repouso para permitir que a água se distribua uniformemente.
5. Moagem: A Transformação em Farinha
A moagem é o processo central, onde o trigo é transformado em farinha. Equipamentos como bancos de cilindros e plansichters desempenham papéis cruciais.
Banco de Cilindros: O Triturador
Pode ser considerado o coração do moinho. Ele é responsável pela moagem gradual dos grãos de trigo. Funciona como um conjunto de rolos de aço que giram em velocidades diferentes e em sentidos opostos.
Essa configuração permite que os grãos sejam triturados e esmagados aos poucos. O resultado é a separação do endosperma (a parte rica em amido que se converterá em farinha) do farelo (casca) e do gérmen.
A distância entre os cilindros é ajustável, o que permite controlar a granulometria da moagem. Isso torna possível a produção de diferentes tipos de farinha, desde as mais finas até as mais grossas, atendendo diversas necessidades do mercado.
O processo de moagem é feito em etapas. O trigo passa por diversos pares de cilindros, e a cada passagem, as partículas ficam menores, enquanto o endosperma é eficientemente separado das outras partes do grão.
Plansichter: O Classificador

Após a trituração nos bancos de cilindros, a mistura de partículas de diferentes tamanhos segue para o plansichter, que atua como um classificador preciso.
O plansichter é uma caixa retangular contendo várias peneiras sobrepostas, cada uma com malhas de graduação diferente. Essas peneiras vibram, permitindo que as partículas mais finas passem para as camadas inferiores enquanto as maiores são retidas nas superiores.
O processo de peneiramento efetuado pelo plansichter garante a separação eficiente da farinha fina do farelo e de outras partículas maiores.
Com isso, resulta-se em uma farinha com granulometria uniforme e separação de subprodutos, que podem ser utilizados para outras finalidades, como ração animal.
Juntos, esses dois equipamentos essenciais garantem que o processo de moagem do trigo seja realizado com alta eficiência, produzindo farinhas para uma ampla gama de aplicações.
6. Controle e Pesagem: Garantindo a Precisão
Tanto a quantidade de trigo que entra no moinho, quanto a quantidade de farinha que sai são medidas com precisão através de sensores e sistemas automatizados que garantem o controle da produção.

7. Transporte, Armazenagem e Extração das Farinhas
Os produtos moídos são armazenados em silos diferentes, de acordo com sua finalidade e tipo de farinha. Na extração, as farinhas podem ser misturadas através de um sistema de mescla com balanças eletrônicas e misturador.

8. Ensacamento e Carregamento
Finalmente, a farinha está pronta para ser ensacada e entregue aos comércios.

Entender o funcionamento do moinho e suas exigências pode trazer inúmeros benefícios ao produtor, pois pode direcionar a produção de um trigo de maior qualidade e mais valorizado.
Atender demandas específicas de diferentes tipos de farinha também pode abrir portas para novos mercados.
