Fisiologia do Trigo

O trigo possui características muito parecidas com os cereais de inverno, como cevada, aveia e centeio, sendo estruturada em:
Raízes
As raízes do trigo são constituídas por três grupos:
Raízes Seminais
Originadas da semente, são importantes até o início do afilhamento, pois estabelecem a plântula.
Raízes Permanentes
São emitidas da coroa, aproximadamente 20 dias após a emergência. Possuem um desenvolvimento lento no início, passa pelo estádio de alongamento, e se encontra formado no espigamento.
Raízes Adventícias
Podem surgir acima do solo, a partir do primeiro e segundo nós da planta.

Folhas
As folhas, essenciais ao crescimento da planta, apresentam uma estrutura específica que influencia diretamente a produção agrícola.
O coleóptilo é a parte que protege a planta em seu início, ajudando no desenvolvimento de suas raízes e no surgimento da primeira folha, chamada plúmula.
Quando crescem, as plantas de trigo normalmente têm entre 5 a 6 folhas. Mas, em alguns casos, elas podem ter de 3 até 8 folhas.
As folhas do trigo têm quatro partes:
A BAINHA, que prende a folha ao caule.
A LÂMINA, que é a parte alongada e que realiza a fotossíntese.
A LÍGULA, uma membrana pequena que fica entre a bainha e a lâmina.
E um par de AURÍCULAS, que são pequenos apêndices com pelos na base da lâmina.
As folhas crescem de forma alternada, ou seja, cada uma nasce em lados opostos do caule, formando um ângulo de 180° entre uma folha e outra. A última folha que nasce na planta é chamada de folha bandeira.

Colmo
O trigo geralmente possui o colmo oco e cilíndrico, apresentando de quatro a sete entrenós com comprimento variável. Na fase de afilhamento (cerca de 15 dias após a germinação), surgem novos colmos, denominados de afilhos / perfilhos, envolvidos nos prófilos (estruturas foliares).
Após essa fase, o colmo se alonga de forma acelerada, pois em cada entrenó haverá uma região de crescimento. No enchimento de grãos, muitos nutrientes no colmo e folhas são transportados para a espiga, enchendo os grãos.
Inflorescência
A inflorescência do trigo se apresenta na forma de uma espiga composta, formada por espiguetas alternadas e opostas na ráquis.
Ocorre grande variação quanto à forma, densidade, comprimento e largura das espigas.
Podem ocorrer cinco tipos de espigas: fusiforme, piramidal, clavada, semiclavada e oblonga
Cada espigueta é formada por 2 a 9 flores, com disposição alternada e presas na ráquila. Geralmente as flores superiores são imperfeitas ou estéreis.
Já na base da espigueta estão duas brácteas, denominadas de glumas, que protegem as flores das espiguetas. Estas glumas diferem bastante entre si quanto às características físicas, o que auxilia na diferenciação entre as cultivares.
As flores são formadas por lemas, podendo ou não apresentar aristas, e pálea, que protegem a flor. Entre a lema e a pálea está o gineceu (formado por ovário, estilete e estigma) e o androceu (formado por três estames: três filetes e três anteras).
Após a fecundação, as flores se abrem e ocorre a extrusão das anteras, ocorrendo, a partir daqui, a formação dos grãos.
Grão de trigo
O grão de trigo (do tipo cariopse) é pequeno (6 a 7 mm), seco e indeiscente (não se abre naturalmente quando maduro). Em cada flor é formado apenas um grão, com formato bastante variável (curto, comprido, estreito, redondo…), causando diferenças expressivas no seu peso específico. No caso, o peso dos grãos é medido e expresso na base de 100 litros (peso hectolítrico).
Fonte: Agrolink – Anderson Wolf Machado – Engenheiro Agrônomo
Referências:
SCHEEREN, P. L.; CASTRO, R. L. de; CAIERÃO, E. Botânica, Morfologia e Descrição Fenotípica. In: SCHEEREN, P. L.; BORÉM, A. Trigo: do Plantio à Colheita. [S. l.]: Universidade Federal de Viços, 2015. cap. 2, p. 35-55.
