Escala Fenológica



A seguir vamos explorar algumas características do trigo, como é constituído, as fases de vidas entre outras informações.

Escala Fenológica – Ciclo do trigo

As escalas fenológicas ajudam a descrever os estágios e crescimento da planta, desde a emergência até a maturação. Uma das escalas utilizadas para a cultura do trigo é a Escala Fenológica de Zadoks (Figura 1), onde as fases, vegetativa e reprodutiva da planta são descritas através de um código de 2 dígitos relacionado à morfologia externa da planta.

De forma geral, a fenologia do trigo é dividida em cinco etapas, sendo elas:

1 – Germinação/Crescimento da plântula
2 – Afilhamento
3 – Alongamento
4 – Espigamento
5 – Maturação.

Escala fenológica de Zadoks

Germinação / Crescimento

A semente de trigo possui baixa atividade metabólica e, quando depositada no solo sob condições ideais de temperatura e umidade, no estádio 0.1 inicia um processo de embebição, onde as células embrionárias se reidratam. Esse “despertar” dá início às atividades metabólicas e é a primeira subfase da germinação, o que gera a energia necessária para divisão celular. Posteriormente, em 0.5, a radícula é emitida, auxiliando o embrião na fixação e absorção de compostos para seu desenvolvimento até a emissão e emersão do coleóptilo (0.7). A partir desse estádio, a plântula já é visível acima do nível do solo.

O crescimento é caracterizado pela primeira emissão das folhas verdadeiras através do coleóptilo. Quando uma folha verdadeira anterior se abre, surge por meio do epicótilo outra que na sequência também irá se abrir. Esse processo ocorre de forma gradual até o surgimento de (em média) nove ou mais folhas.

Plântula de trigo
Afilhamento

Afilhamento

O afilhamento se inicia, quando a planta está no estádio fenológico 2.0, com o colmo principal expandido, podendo surgir em média nove ou mais afilhos paralelos à base principal, dependendo das condições de clima, fertilidade e característica de cultivar. Agronomicamente, esse é o período de desenvolvimento do trigo ideal para aplicação de herbicidas no controle de plantas daninhas, já que alguns ingredientes ativos podem afetar o desenvolvimento da plântula de trigo quando aplicadas de forma precoce ou, se realizado de forma tardia, podem prejudicar a diferenciação floral e o rendimento dos grãos.

Alongamento

O crescimento em altura da planta ocorre na fase de alongamento (Figura 4), iniciando no estádio 3.0, o que inibe a formação de afilhos devido a competição pelos recursos energéticos. Os nós se tornam visíveis de forma gradual, permitindo que a planta tenha um maior aporte e área foliar, o que é fundamental considerando alto rendimento, pois a interceptação da radiação solar se torna mais efetiva.

Com o alongamento do colmo até o último entrenó, a espiga que está se desenvolvendo dentro do colmo poderá surgir no topo da planta, perceptível nos estádios 3.7 a 3.9 junto da folha bandeira (última folha). Nesse momento, também há em 4.0 o “emborrachamento”, onde a bainha foliar é engrossada finalizando o período vegetativo. Durante esse processo a planta está bastante vulnerável a estresses hídricos ou térmicos que possam ocorrer no ambiente.

Alongamento
Espigamento

Espigamento

O período reprodutivo se desenvolve durante o espigamento (Figura 5), e é caracterizado pela diferenciação das espiguetas da inflorescência durante o estádio 5.0, que prosseguirá para o surgimento gradual da espiga principal e das espigas terminais. Posteriormente, após a emissão da espiga, ocorre em 6.0 a antese floral, ou seja, amadurecimento dos órgãos sexuais da planta.

Durante o espigamento a planta do trigo é suscetível ao ataque fúngico, principalmente pela doença denominada giberela , causada pelo fungo Gibberella zeae que compromete a qualidade dos grãos. Por isso, o produtor precisa ficar atento aos sintomas e realizar o controle adequado nesse período. Quando a planta atinge a maturidade sexual, ocorre autofecundação e consequente formação do grão.

Autor:
Yuri Rafael Rissi, acadêmico do 5º Semestre de Agronomia e bolsista do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria.

Texto publicado em: http
https:/www.ufsm.br/pet/agronomia/2022/02/14/a-escala-fenologica-da-cultura-do-trigo
s://maissoja.com.br/a-escala-fenologica-da-cultura-do-trigo/
Referências:
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